domingo, 22 de junho de 2014

MODERNISMO EM PORTUGAL (PARTE III) - FLORBELA ESPANCA

FLORBELA ESPANCA

Florbela d'Alma da Conceição Espanca nasceu no dia 08 de dezembro de 1894 e morreu, aos 36 anos, no dia 08 de dezembro de 1930. Esta poetisa tem hoje seus versos admirados em todos os cantos do mundo, diferentemente do que aconteceu quando ainda viva, época em que foi praticamente ignorada pelos apreciadores da poesia e pelos críticos de então. Os dois livros que publicou, por sua conta, foram o “Livro de Mágoas” (1919) e “Livro de ‘Sóror Saudade’” (1923). Às vésperas da publicação de seu livro “Charneca em Flor”, em dezembro de 1930, Florbela pôs fim à sua vida. Tal ato de desespero fez com que o público se interessasse pelo livro e passasse a conhecer melhor a sua obra. Dizem os críticos que a polêmica e o encantamento de seus versos é devido à carga romântica e juvenil de seus poemas, que têm como interlocutor principal o universo masculino.

n  Difícil de classificar, a obra de Florbela Espanca é romântica à medida que se centra na expressão do Eu; é clássica pelo primor com que desenvolve o Soneto, embora se permita a certas liberdades formais; é simbolista pela realização de poemas em que se valoriza a sonoridade das palavras, a musicalidade.
n  A poesia de Florbela Espanca, mais expressiva no Soneto do que nas quadras, apresenta elementos fundamentais: a expressão da Dor em várias situações conduz ao confronto  do “Eu” com outros “Eus”. A Dor, para a poetisa, surge em suas mais diversas nuances:
n  Dor existencial que caracteriza o ser humano tornando-o distinto de outros animais;
n  Mágoa que está, de certo modo, ligada à sua sensação de que nascer foi uma dor inevitável;
n  Solidão surge, na obra da poetisa, com certa contradição: ela se isola por que sofre, ou sofre por estar isolada?
n  A natureza surge, em diversos textos, como elemento através do qual ela projeta seus estados de espírito;
n  Amargura se percebe como decorrência da dor e solidão que a afetam, tornando-a uma pessoa amarga e insatisfeita, angustiada;
n  A frustração acontece por não atingir seus objetivos e sentir a sua vida transformar-se em algo ilógico;
n  Há uma busca intensa, apesar das adversidades, de ver realizados os seus sonhos – prefere sofrer por amor e crescer com essa experiência do que não sofrer e não ter oportunidade de crescimento;
n  Há uma entrega irrestrita levada às últimas consequências;
n  Demonstra um medo ocasionado pelas diversas experiências de sofrimento vivenciadas ao longo de sua existência – e que está expresso ao longo de sua produção poética;
n  O Amor surge como um dos elementos mais fortes da sua lírica, e é apresentado como uma das causas da sua sensação de angústia e frustração existencial; há momentos, no entanto, em que o Amor surge como algo a ser exaltado, a ser buscado com ardor e como fonte inesgotável de bem-estar e realização pessoal;
n  Apesar da vida apresentar um lado bom e mau, e o Amor representar possível sofrimento, a poetisa convida à exaltação da vida através de três categorias: os boêmios, os vagabundos e os poetas – sobretudo os poetas, seres capacitados a enfrentar a vida livremente.

AMAR 

Eu quero amar, amar perdidamente! 
Amar só por amar: Aqui... Além... 
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente... 
Amar! Amar! E não amar ninguém! 

Recordar? Esquecer? Indiferente!... 
Prender ou desprender? É mal? É bem? 
Quem disser que se pode amar alguém 
Durante a vida inteira é porque mente! 

Há uma primavera em cada vida: 
É preciso cantá-la assim florida, 
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! 

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada 
Que seja a minha noite uma alvorada, 
Que me saiba perder... pra me encontrar...

                 (Charneca em flor)

SER POETA

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede do Infinito!
Por elmo, as manhãs de ouro e de cetim
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te assim perdidamente
E seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente.
                       (Charneca em flor)

IN MEMORIAM
                                  (Ao meu morto querido)

Na cidade de Assis, “Il Poverello”
Santo, três vezes santo, andou pregando
Que o sol, a terra, a flor, o rocio brando,
Da pobreza o tristíssimo flagelo,

Tudo quanto há de vil, quanto há de belo,
Tudo era nosso irmão! – E assim sonhando,
Pelas estradas da Umbria foi forjando
Da cadeia do amor o maior elo!

“Olha o nosso irmão Sol, nossa irmã Água...”
Ah, Poverello! Em mim, essa lição
Perdeu-se como vela em mar de mágoa

Batida por furiosos vendavais!
- Eu fui na vida irmã dum só Irmão
E já não sou irmã de ninguém mais!
          (Charneca em flor)

NEURASTENIA

Sinto hoje a alma cheia de tristeza!
Um sino dobra em mim, Ave Marias!
Lá fora,a chuva, brancas mãos esguias,
Faz na vidraça rendas de Veneza...

O vento desgrenhado, chora e reza
Por alma dos que estão nas agonias!
Flocos de neve, aves brancas, frias,
Batem asas pela natureza...

Chuva... tenho tristeza! Mas por quê?
Vento... tenho saudades! Mas de quê?
Ó neve, que destino triste o nosso!

Ó chuva! Ó vento! Ó neve! Que tortura!
Gritem ao mundo inteiro esta amargura,
Digam isto que sinto que eu não posso!!...
                (Livro de mágoas)

A MINHA DOR

 A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres d’agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral.
Ao bater horas, no correr dos dias...

A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve... ninguém vê... Ninguém...
                       (Livro de mágoas)

FUMO

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!


Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!


Os dias são outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...


Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

           (Livro de “Sóror Saudade”)

FRIEZA

Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas

Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim!
E quanta vez dirás a soluçar:
“Ah! Quem me dera, Irmã, amar assim!...”
             (Livro de “Sóror Saudade”)
DEIXAI ENTRAR A MORTE

Deixai entrar a Morte, a Iluminada, 
A que vem para mim, pra me levar.
Abri todas as portas par em par 
Como asas a bater em revoada. 

Que sou eu neste mundo? A deserdada, 
A que prendeu nas mãos todo o luar, 
A vida inteira, o sonho, a terra, o mar, 
E que, ao abri-las, não encontrou nada! 

Ó Mãe! Ó minha Mãe, pra que nasceste? 
Entre agonias e em dores tamanhas 
Pra que foi, dize lá, que me trouxeste 

Dentro de ti?... Pra que eu tivesse sido 
Somente o fruto amargo das entranhas 
Dum lírio que em má hora foi nascido!...

                           (Reliquiae) 
 



MODERNISMO EM PORTUGAL (PARTE II) - A TRÍADE DE FEL

Em 1915, em Portugal, surgiu uma revista intitulada Orpheu, cujo principal objetivo era observar valores simbolistas com a intenção de reformulá-los. Dentre seus idealizadores destacam-se: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. Estes constituíram a chamada Primeira Geração Modernista de Portugal - geração também denominada Orfista, em decorrência da relação com a revista.

Florbela Espanca não participou da revista Orpheu, mas é considerada integrante dessa geração que introduziu o Modernismo em Portugal. Fernando Pessoa, Mário de Sá-Caneiro e Florbela Espanca são, para mim, a "Tríade de Fel". 


FERNANDO PESSOA

Nasceu em Lisboa, em 1888, porém passou parte de sua infância e juventude em Durban, na África do Sul. Retornou a Portugal e iniciou o curso de Letras, em Lisboa, mas abandonou a universidade. Ao morrer, em 1935, com apenas 47 anos, o poeta ainda era desconhecido em seu país.

Foi o introdutor das vanguardas modernistas em Portugal. Em 1915, com Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, fundou a revista Orpheu - marco inicial do Modernismo em Portugal. Aos seis anos criou seu primeiro heterônimo: Chevalier de Pás. Posteriormente, vieram Alexander Search, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.

HETERÔNIMOS

ALBERTO CAEIRO: Poeta bucólico, vive em contato com a natureza e é considerado o mestre dentre todos os heterônimos. Filósofo, acredita que o homem complicou as coisas com a metafísica e as religiões. Defende, portanto, a simplicidade da vida e a sensação (pensamento do poeta).

RICARDO REIS: Representa o mundo clássico. Monarquista, educado em colégio de jesuítas, valoriza a vida campestre e a simplicidade das coisas. Deixa de lado a emoção, por desconfiar da felicidade extrema.

ÁLVARO DE CAMPOS: Voltado para o futurismo, procura expressar o mundo moderno. É considerado o poeta do "não".



MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO 

Nasceu em Lisboa, em 1890. Ficou órfão de mãe aos dois anos. Em 1912 viajou para Paris, para cursar a faculdade de Direito. Retornou a Lisboa, em férias, e juntou-se ao grupo da revista Orpheu, em 1915. No mesmo ano publica Dispersão e A confissão de Lúcio. De volta a Paris, enfrentou sérios problemas financeiros que o levaram à depressão e finalmente ao suicídio, em abril de 1916. Dedicou-se à poesia, à prosa e ao teatro. Suas personagens são geralmente voltadas para si mesmas, com a personalidade em desagregação, buscando um outro no seu próprio interior que viesse a completá-las. 



FLORBELA ESPANCA

Nasceu em Vila Viçosa e realizou seus estudos em Évora, onde começou a escrever poemas. Seu temperamento forte mistura-se com sua sensibilidade poética, a qual é demonstrada de forma sentimental, firme, transparente e vigorosa, diante dos acontecimentos de sua vida. Muito infeliz nos seus casamentos, deprimida diante da reação da crítica, Florbela demonstrou claramente as fases dos problemas existenciais que sentia: angústias, decepções, desvalorização, tristezas, mágoas, numa época repressora, machista e severa com o sexo feminino. Em 1919 estudou na faculdade de Direito, em Lisboa, publicando sua primeira obra: Livro de Mágoas. Em profundo estado de depressão, totalmente abatida e doente, afastou-se de vez do convívio social com o consolo e a amizade de alguns poucos amigos. Em 1939, faleceu enquanto dormia, por excesso de barbitúricos. Escreveu, também: Livro de Sóror Saudade, Charneca em flor, Reliquiae, Máscaras do destino e Dominó negro


TEXTOS 


LIBERDADE

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha quer não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca.

Fernando Pessoa - 16/3/1935



MODERNISMO EM PORTUGAL (PARTE I)



MOMENTO SOCIOCULTURAL:

  • PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1910);
  • TENSÃO ENTRE A PEQUENO-BURGUESIA RADICAL QUE EXIGIA REFORMAS IMEDIATAS E OS MODERADOS REPRESENTADOS PELA ALTA BURGUESIA;
  • REFORMA UNIVERSITÁRIA (1911) E A CRIAÇÃO DA PRIMEIRA FACULDADE DE LETRAS, NO PORTO (DECÊNIO DE 1920);
  • PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: PORTUGAL TENTA GARANTIR SUAS COLÔNIAS NA ÁFRICA. APÓS A GUERRA, SOFRE GRAVE CRISE ECONÔMICA;
  • UM GOLPE DE ESTADO DERRUBA A REPÚBLICA PARLAMENTAR (1926);
  • PERÍODO DO ESTADO NOVO E INSTAURAÇÃO DA DITADURA.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS:

  • NEGAÇÃO SISTEMÁTICA E TOTAL DO PASSADO; DESEJO DE CRIAR UMA LITERATURA QUE EXPRESSASSE O NOVO SÉCULO;
  • FUGA DAS TRADIÇÕES LITERÁRIAS; VALORIZAÇÃO DA ORIGINALIDADE E DA OBRA QUE POSSUI CARACTERÍSTICAS INÉDITAS;
  • USO DA LINGUAGEM COLOQUIAL;
  • CRÍTICA AOS PADRÕES DE BOM GOSTO E TENTATIVA DE CAUSAR ESCÂNDALO;
  • USO DOS CONHECIMENTOS DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE;
  • PUBLICAÇÃO DA REVISTA ORPHEU (1915).


AUTORES E OBRAS:

  • FERNANDO PESSOA: O MAIOR POETA PORTUGUÊS DO SÉCULO. ELE-MESMO: "ENGLISH POEMS" (1921) E "MENSAGEM" (1934). HETERÔNIMOS: ALBERTO CAEIRO: "POEMAS" (1946); RICARDO REIS: "ODES" (1946), "POEMAS DRAMÁTICOS" (1952); ÁLVARO DE CAMPOS: POESIAS (1944).
  • MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO: AUTOR ATORMENTADO PELA BUSCA DO EU. ESCREVEU "PRINCÍPIO" (1912), "DISPERSÃO" (1914), "A CONFISSÃO DE LÚCIO" (1914);
  • FLORBELA ESPANCA: SEU TEMPERAMENTO FORTE MISTURA-SE COM A SUA SENSIBILIDADE POÉTICA, QUE É VIGOROSA E PROFUNDA. ESCREVEU: "LIVRO DE MÁGOAS" (1919), "LIVRO DE SÓROR SAUDADE" (19...), "RELIQUIAE" (19...), "CHARNECA EM FLOR" (19...);
  • JOSÉ RÉGIO: ESCREVEU: "JOGO DA CABRA-CEGA" (1934), "FADO" (1941);
  • BRANQUINHO DA FONSECA: "O BARÃO" (1943), "PORTA DE MINERVA" (1947), "MAR SANTO" (1952), "MAR COALHADO" (1932);
  • ADOLFO CASAIS MONTEIRO: "SEMPRE SEM FIM" (1934), "EUROPA" (1946);
  • ALVES REDOL: "GAIBÉUS" (1940), "BARRANCO DE CEGOS" (1963);
  • FERREIRA DE CASTRO: "A SELVA" (1930), "TERRA FRIA" (1934), "A LÃ E A NEVE" (1947), "A CURVA DA ESTRADA" (1950);
  • FERNANDO NAMORA: "DOMINGO À TARDE" (1961)
  • AFONSINA BESSA-LUIS: 
  • JOSÉ SARAMAGO: "TERRA DO PECADO" (1947), "MEMORIAL DO CONVENTO" (1982), "JANGADA DE PEDRA" (1986), "EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO" (1991), "A CAVERNA" (2000), "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA" (......) E "AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE" (......). 


MODERNISMO LITERÁRIO NO MUNDO (UM RESUMO)

A literatura do século XX surgiu de uma ruptura com os valores em vigor. A crise de consciência da burguesia provocou o afastamento de intelectuais as posições políticas e culturais de sua própria classe. As duas guerras mundiais serviram para demonstrar que os avanços da ciência e da tecnologia não tinham conseguido fazer a vida do homem mais feliz. Os escritores sentiam urgência em revisar os valores herdados e substituí-los por outros novos. Ao mesmo tempo, a psicanálise permitia a busca da intimidade como fonte da consciência. Afirmou-se então a liberdade criadora e surgiram múltiplos movimentos de vanguarda, que agruparam tendências artísticas muito diversas. 

Dentro deste contexto destacam-se os seguintes artistas: 

França: Guillaume Apollinaire, André Breton, Louis Aragon, Paul Éluard Paul Valéry, Paul Claudel; 

Romênia: Tristan Tzara;

Itália: Filipo Tommaso Marinetti, Giuseppe Ungaretti, Eugenio Montale;

Inglaterra: William Yeats, Virgínia Wolf; Katherine Mansfield, T. S, Eliot;

Alemanha: Rainer Maria Rilke;

Portugal: Fernando Pessoa, Florbela Espanca;

Grécia: Constantin Kavafis;

República Tcheca: Kafka;

Estados Unidos: Ernest Hemingway, Sylvia Plath;

Irlanda: George Bernard Shaw


CARACTERÍSTICAS:

  • CRIAÇÃO DE REVISTAS LITERÁRIAS;
  • CRÍTICA À LITERATURA DE TRADIÇÃO ROMÂNTICA E SIMBOLISTA;
  • TENTATIVA DE DERRUBAR AS FORMAS ESTÉTICAS CONVENCIONAIS;
  • MOVIMENTOS DE VANGUARDA;
  • POESIA IRREVERENTE;
  • IDEOLOGIA IRREVERENTE E IRRACIONALISTA;
  • ANTI-HUMANISMO;
  • ANTICRISTIANISMO;
  • RUPTURA COM O PASSADO.

VANGUARDAS EUROPEIAS - UM RESUMO

No início do século XX, surgiram manifestações artísticas que buscavam expressar a angústia do homem ante as mudanças socioculturais que transformavam a Europa. As Vanguardas Europeias surgiram como uma tentativa de ruptura com a estética tradicional. Essas vanguardas  manifestaram-se principalmente nas artes plásticas, na música e na literatura, com caráter agressivo, experimental e inovador. Faziam oposição ao racionalismo e objetivismo e valorizavam o Simbolismo. O termo vanguarda deriva do francês avant-garde, ou seja, metaforicamente significa aquilo que vem à frente, que inicia algo. 

CARACTERÍSTICAS: 

  • ATITUDE IRREVERENTE AOS PADRÕES ESTABELECIDOS;
  • REAÇÃO AO PASSADO CLÁSSICO;
  • TEMÁTICA PARTICULAR E INDIVIDUAL;
  • PREFERÊNCIA PELO DINAMISMO;
  • BUSCA PELA IMPREVISIBILIDADE DAS ARTES;
  • DESAPARECE O SENTIMENTALISMO;
  • COMUNICAÇÃO DIRETA DAS IDEIAS: LINGUAGEM COTIDIANA;
  • ORIGINALIDADE E AUTENTICIDADE;
  • INTERESSE PELA VIDA INTERIOR (ESTADO DE ESPÍRITO, PSÍQUICO E SUBCONSCIENTE);
  • EXPRESSÃO INDIRETA E SUBJETIVA;
  • VALORIZAÇÃO DO HUMOR;
  • LIBERDADE NOS VERSOS E RITMOS.
PRINCIPAIS CORRENTES VANGUARDISTAS:

CUBISMO - Surgiu em 1917 na pintura, com Pablo Picasso e George Braque e valorizava as formas geométricas (cubos, cones e cilindros)

"Dora Maar e o gato", Pablo Picasso
FUTURISMO - Movimento cujo objetivo principal era o de abolir o passado, adotando novos temas e técnicas da arte. O principal representante foi Filippo Tomasso Marinetti.

"Elasticidade", de Umberto Boccioni

DADAÍSMO - Movimento que enfatiza a destruição e a anarquia de valores e formas. Seu principal representante foi Tristan Tzara. Essa arte pretendia provocar escândalo e surpresa, destruir o bom senso, além de romper qualquer equilíbrio. 

"Roda de bicicleta", Marcel Duchamps

EXPRESSIONISMO - Movimento que surgiu na Alemanha, no início do século XX, caracterizava a arte criada sob impacto do sofrimento humano e buscava mostrar os sentimentos, a expressão da dor humana em suas mais amplas formas de percepção. 

"O grito", de Edward Munchi

SURREALISMO - Movimento artístico que nasceu na década de 1920 e não aceitava a destruição dos dadaístas, pois valorizava a imaginação, o maravilhoso e o sobrenatural. Influenciado profundamente pelas ideias de Freud, essa vanguarda dá ênfase ao papel do inconsciente na atividade criativa. André Breton e Guillaume Apollinaire foram seus idealizadores. 

"Sonho provocado pelo voo de uma abelha em torno de uma romã,
um segundo antes de despertar", de Salvador Dalí

ENSAIO: COMO FAZER UM? (RESUMIDO)



Segundo o dicionário Luft, ensaio é uma: "Rápida apresentação escrita de um assunto, sem grande desenvolvimento". No site da Veja, ao apresentar as orientações sobre como fazer um ensaio (orientações concernentes ao Prêmio Jovens Inspiradores), há a seguinte definição: "Na definição clássica, ensaio é um discurso que conduz o leitor a um ponto de vista defendido pelo autor. Para isso, usa a exposição lógica e a argumentação com alto nível de interpretação e julgamento pessoal. Não é preciso fazer citações a livros e estudos, como faria um texto científico". Em seguida, no mesmo site é realizada um passo a passo que me parece bem pertinente:

1 - Definir o que será escrito (creio que está vinculado ao seu objetivo ao escrever um texto sobre um determinado tema);
2 - Dividir o texto em seções articuladas (eles sugerem a clássica divisão em: Introdução / Desenvolvimento / Conclusão);
3 - Dar um acabamento ( interpretei isto como: realizar uma correção rigorosa do texto escrito).

Há, segundo Carmo Neto (1996), quatro tipos de ensaios:

1 - Empíricos (consiste na coleta de dados, realiza inferências estatísticas...);
2 - Teóricos (consiste na abordagem de uma teoria, seja defendendo, problematizando ou opondo-se a ela; aponta aspectos metodológicos de uma teoria: sua validade e/ou aplicabilidade...);
3 - Analítico (consiste na produção rigorosa em que fica explícita a posição ideológica do autor; em geral este texto conduz o leitor a ver na explanação de seu autor uma drástica tomada de posição...);
4 - Descritivo ou Histórico (consiste na explanação, por meio de uma narrativa, de modelos, casos sobre os quais o autor discorrerá em seu texto...)

IDEIAS COLHIDAS EM:

CARMO NETO, Dionísio. Metodologia científica para principiantes. 3. ed. Salvador: American World University Press, 1996. 

LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2000. 

TAMBÉM UTILIZEI O SITE: 

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/como-escrever-um-bom-ensaio