· Formada por um conjunto
de signos linguísticos, a língua dispõe de regras específicas para organização
e combinação das palavras, que se alteram ao longo do tempo, conforme mudam os
aspectos culturais e históricos da comunidade linguística.
· Entre os falantes, existem
diferenças que podem ter impacto na língua. Uma das variações mais perceptíveis
está relacionada às diferenças no uso da língua portuguesa nas diversas regiões
do mundo. Particularidades lexicais e diferentes pronúncias são alguns dos
aspectos que distinguem as variedades do português.
· A propósito da língua
portuguesa, devemos dizer que ela é oficial nos seguintes países: Portugal,
Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e
Timor-Leste. Além disso, Macau, na China, e Goa, na Índia, também têm
comunidades falantes do português. Em 2014, a Guiné Equatorial também incluiu a
língua portuguesa como língua oficial.
· Sobre o ensino da
língua, Marcuschi (2008, p. 51) sugere que “deva dar-se através de textos”. Ele enfatiza, ainda, o fato de
que esta postura é consenso tanto entre linguistas teóricos como aplicados. Essa
proposta é uma prática comum na escola e orientação central dos PCNs, e a questão, para o autor, não reside no consenso ou na
aceitação deste postulado, mas no modo como isto é posto em prática, já que
muitas são as formas de se trabalhar textos.
· Desse
modo, apresentamos, a seguir, alguns textos para que, a partir deles, possamos
desenvolver reflexões sobre a aplicabilidade de conteúdos gramaticais diversos.
GRAMÁTICA APLICADA AO TEXTO
1 – Análise comparada de textos que discorrem sobre a Língua Portuguesa:
Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
és, a um tempo, esplendor e sepultura:
ouro nativo, que na ganga impura
a bruta mina entre os cascalhos vela...
amo-te assim, desconhecida e obscura,
tuba de alto clangor, lira singela,
que tens o trom e o silvo da procela,
e o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
de virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: “meu filho”!
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
o gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac)
A FORÇA DO DESTINO
Língua
portuguesa, que é [...] um feudo forte e lírico ao mesmo tempo. Um barco que
até hoje singra generoso o Atlântico, ora consolando Portugal, ora perturbando
o Brasil. E porque esta língua tem vocação marítima, entende bem os impróprios
do vento, mais que qualquer outra se deixa levar pelos sentimentos. Os ais e os
prantos a seduzem tanto, que esta língua busca as estradas das mágoas que só
ganharão o corpo e expressão através de seus recursos. E porque se orgulha, de
rosto e sexo ardentes, é capaz de saber, apenas pelo apito do trem, se
quarta-feira é dia dos amantes usarem-na quando se querem perder para sempre.
(Nélida Piñon)
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