sexta-feira, 23 de março de 2018

RESENHAS CRÍTICAS DA "REVISTA" PRODUZIDA NO CURSO: "CINEMA: UMA EXPERIÊNCIA CULTURAL NO ÂMBITO ESCOLAR"

 

Esta Revista, publicada em agosto de 2017, é resultado do curso Cinema: uma Experiência Cultural no Âmbito Escolar realizado como disciplina eletiva na EEMTI Presidente Geisel. O curso se pautou na realização de um estudo teórico-crítico acerca do cinema e dispôs-se a refletir a arte cinematográfica a partir de seus aspectos históricos, estéticos e socioculturais.

Neste sentido, discorremos sobre o cinema como manifestação artística capaz de possibilitar, no âmbito escolar, a ampliação da aprendizagem do aluno a partir de experiências de fruição artística, incentivo à reflexão e fomento à análise crítica. O curso foi desenvolvido, do ponto de vista metodológico, em duas partes: 1) aulas expositivas através das quais o conteúdo cinematográfico foi apresentado em suas particularidades e 2) realização de atividades que compreenderam: estudo e produção de resenhas críticas, debates e exibição de filmes de longa metragem.             
 (Émerson Cardoso)

 RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME
 LARANJA MECÂNICA, DE STANLEY KUBRICK
  
Alguns meses atrás eu decidi fazer uma maratona de filmes clássicos famosos e, nesta maratona, eu acabei assistindo ao consagrado thriller Laranja Mecânica, do renomado diretor e roteirista Stanley Kubrick, lançado em 1971.
O filme Laranja Mecânica (Clockwork Orange) é baseado no romance escrito em 1962, por Anthony Burgess, obra em que ele retrata um grupo de rua distópico baseado nos Teddy Boys, Mods e Rockers, que lutavam nas praias da Inglaterra no final da década de 1950 e início de 1960. O romance escrito por Burgess trata-se de jovens entre 10 e 23 anos que se entregam aos desejos de sexo, violência, roubo, drogas e outros vícios. O livro foi publicado com notoriedade em 1959, mas durante muito tempo acreditou-se que era impossível filmá-lo.
O enredo do filme coloca Malcom Mcdowell como o delinquente, porém muito inteligente Alex DeLarge, o líder do bando os “Droogs” – formado por Patrick Magee e Warren Clarke que estão sempre vestidos com macacões brancos e usando chapéus-coco pretos. O filme começa com o sorriso malévolo de Alex que, com os “Droogs” bebem moloko, uma bebida que, segundo Alex, te deixaria pronto para a velha “ultraviolência”. Após esse ritual, os mesmos espancam um bêbado, lutam com um bando rival, roubam um carro, conduzem como loucos e, quando chegam a casa futurista do escritor Frank Alexander, Alex o engana dizendo ter sofrido um grave acidente para conseguir entrar na casa, e obriga Frank a olhá-lo enquanto ele viola sua esposa. Além disso, Alex prende Frank e o espanca enquanto canta aos berros a música Singing In The Rain. Nesta cena, em que Kubrick pede a Malcom Mcdowell para que ele improvisasse, o ator canta essa música porque, no momento, foi a única que ele lembrou da letra. É interessante ressaltar que a cena do estupro é bastante sórdida, o que marca um dos grandes pontos do filme, que é chocar o espectador.
Quando Alex volta para casa, escuta a gloriosa Nona Sinfonia de Beethoven enquanto imagina guerras, explosões, vampiros, enforcamentos, morte e destruição. Na noite seguinte, Alex utiliza uma estrutura fálica para matar uma mulher e é abandonado pelos seus “Droogs”, sendo apanhado, em seguida, pela polícia.
Após isso, o filme segue repleto de Plot Twists, o que faz dele um dos marcos do cinema mundial, aclamadíssimo pela crítica e estudado até hoje nas escolas de cinema ao redor do globo. Em contrapartida, esse filme foi um dos mais polêmicos de Kubrick, de modo que foi retirado de circulação no mesmo ano pelo próprio diretor, o que perdurou por quase 30 anos na Inglaterra, por ter sido considerado apologia aos diversos crimes retratados no filme.
Com uma trilha sonora marcante dos renomados Wendy Carlos e Rachel Elkind, e enquadramentos tão perfeitos e diferentes que são características e marcas do diretor de fotografia John Alcott, que utilizou técnicas de fast e slow motion nas cenas de sexo e de violência. Vale dizer, ainda, que o uso apenas de luz natural, que valorizou e trouxe um ar de distopia para as cenas, tornou o filme uma verdadeira obra de arte.
(Gyslaine Costa)

A MENTIRA

Olive é estimulada pela melhor amiga a revelar detalhes de seu fim de semana entediante. Olive, uma adolescente muito certinha, decide apimentar um pouco os detalhes contando uma pequena mentira sobre a perda de sua virgindade. Uma das meninas religiosas do colégio fica em choque com a conversa, ela conta o que ouviu a todo o campus, dando a Olive uma reputação repugnante.
A mentira é mais um dos filmes americanos que trata sobre o colegial e sobre adolescentes, e mostra a hierarquia do Ensino Médio: meninas bonitas, atletas, nerds, meninas promíscuas, feias e entre outras classificações. O filme conta a história de uma garota que acaba, sem querer, criando uma mentira, o que a faz sofrer as consequências do que fala.
A comédia mostra que as pessoas não querem saber se algo que é dito é verdade ou não, só querem fofocar sem sequer se preocupar se o que é dito pode causar danos irreparáveis às pessoas envolvidas. O filme nos faz refletir principalmente sobre o seguinte: é difícil ser julgado sem ser ouvido.
A sequência narrativa apresenta Olive (Emma Stone) fazendo um vlog (vídeos do Youtube tipo o que o autor John Green faz) para explicar qual era realmente a verdade por trás de todas as mentiras. Assim, volta e meia, surge a cena do quarto, em que ela fala diretamente com quem assiste e, em outras partes, surge a cena que conta a história propriamente dita.
            Por fim, Olive explica a todos em seu vlog que tudo não passou de um mal entendido, que ela ainda é virgem. Ela fala, ainda, que a partir daquele momento ninguém deve se importar com a vida de ninguém, que isso não vai levá-los a lugar algum.
(Letícia Guerreiro)

 A CULPA É DAS ESTRELAS 

Diagnosticada com câncer de pulmão aos 13 anos, Hazel Grace Lancaster (16 anos) vive graças ao tratamento e, como vive há anos lutando contra o câncer, é obrigada a participar de um grupo de apoio em que conhece Augustus Waters, com que constrói uma relação inicialmente de amizade e, em seguida, afetivo-amorosa.
O filme foi uma adaptação do livro de John Green – eu li o livro e assisti ao filme e, para mim, foi um dos melhores filmes que eu já assisti. Ele discorre sobre um relacionamento intenso e emocionante! No começo do filme, Hazel vai para um grupo de apoio e conhece Augustus ou Gus e, desde a primeira vez em que se viram, trocaram olhares e, daí, ficaram emocionalmente ligados.
Dentre outras peripécias, Hazel consegue uma viagem para Amsterdam, ocasião em que deseja conhecer o autor de seu livro preferido. Lá eles vivem momentos inesquecíveis – em meio ao sonho que vivem, Hazel descobre que falta pouco para ele morrer. Ao voltar para casa, Hazel e o melhor amigo de Augustus vão à igreja e leem cartas de despedida para Gus. Para mim, essa foi a parte mais emocionante do filme! Ao passar alguns dias, Hazel recebe a notícia de que Augustus morreu e o filme termina com a leitura de uma carta que ele escrevera para ela. 
Assim, do meu ponto de vista, penso que o filme nos mostra que temos que aproveitar os momentos como se fossem únicos e que o verdadeiro amor nasce mesmo em tempos difíceis.
(Lívia Maria)

LOGAN

Dirigido por James Mangolg, em 2017, Logan tem no elenco Boyd Holbrook, Dave Davis, Dafne Keen Doris Morgado, Elise Neal, Elizabeth Rodriguez, Eriq La Salle, Hugh Jackman, Jaden Francis, Juan Gaspard, Julia Holt, dentre outros.
O filme se passa em um futuro distante em que Logan (Hugh Jackman) luta pela sobrevivência do seu amigo Charles (Patrick Stewart), que já está bem velho, e de Laura (Dafne Keen), que é uma garota parecida com o Logan, com poderes que ainda estão sendo gerenciados. Ela é uma aprendiz, mas em cena mostra a que veio – são momentos de cair o queixo, literalmente. A garota deve ter dado trabalho para os dublês. Por causa do grande espaço para violência em estado puro (nada estilizado – quase um documento de cenas para revirar o estômago, no bom sentido, se é que existe), e alguns xingamentos mais fortes, a classificação indicativa americana ficou para maior de 18 anos, com razão, pois é um filme de “herói” com crianças, mas não é um filme pra criança.
A interpretação dos atores é impecável – eles são dignos de Óscar. A fotografia do filme é simplesmente perfeita, com o diretor de fotografia que grava cenas muito lindas e emocionantes com cores bem vivas. A trilha sonora é de Marco Beltrami e com a inconfundível voz de Johnny Cash. O filme realmente estava perfeito e, em minha opinião, digno de Óscar em vários aspectos.
(Pedro Guilherme Siqueira)

NO CORAÇÃO DO MAR

O filme nos traz o escritor Herman Melville em busca dos fatos reais do navio Essex para a criação da sua maior obra: Moby Dyck. Para isso, ele entra em contato com um senhor sobrevivente e, a partir da narração dos fatos, temos uma viagem no tempo.
            O que ele descobre é o seguinte: em 1820 um navio baleeiro, liderado pelo capitão George Pollard, parte em uma gananciosa busca de 2000 barris de óleo de baleia. Para isso, o capitão Pollard, que não é nada experiente, conta com a ajuda do seu primeiro oficial Owen Chase que, podemos dizer, é um veterano no assunto e sonha em ser capitão, inclusive deveria ser o capitão de tal missão.
Owen e Pollard não demoram muito para entrar em conflito e, como são obrigados a conviver juntos, a única coisa que podem fazer para se livrarem um do outro é atingir logo a meta a que foram destinados. Com isso, eles navegam até a costa do Sul da América onde as baleias não são escassas e acabam se surpreendendo com uma baleia branca gigante, que irá lutar por sua sobrevivência e acabará atacando o navio deixando os tripulantes largados no mar à própria sorte.
            O filme é uma daquelas produções que deixam a gente com um friozinho na barriga em vários trechos. Ele conta com bons efeitos visuais e cenários incríveis. Isso sem falar no elenco, que traz dois conhecidos da Marvel – Hemsworth e Tom Holland. Eu, particularmente, gostei muito desse filme e, por influência do filme, lerei o livro em breve.
(Fernando Victor Lacerda)

 MARY POPPINS REVISITADA 

Dirigido por Robert Stevenson, em 1964, Mary Poppins é um dos filmes indispensáveis para quem gosta de animação e de musicais.
Um dos filmes mais queridos do público de cinema, Mary Poppins ocupa a sexta colocação na Lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos. Esse filme traz roteiro baseado no livro de mesmo nome de P. L. Travers, escritora australiana. Depois de 26 anos de planejamento foi que o filme estreou, porque Walt Disney não conseguiu convencer a autora a vender os direitos de adaptação do livro com facilidade – a autora só concordou em vender os direitos autorais do livro no final da década de 1950.
O filme conta a historia do banqueiro Mr. Banks (David Tomlinson), um homem que trata com rigidez seus dois filhos sapecas: Jane (Karen Dotrice) e Michael (Matthew Gaber). Ele não consegue contratar uma babá, pois elas desistem facilmente do emprego. Numa noite, enquanto ele e sua esposa redigem um anúncio de jornal procurando uma babá, seus filhos aparecem com uma carta mostrando como seria uma babá perfeita. Esta carta acaba chegando nas mãos de Mary Poppins, que é tudo aquilo que está descrito na carta.
Devemos considerar dois fatos interessantes na obra: é atemporal e não é destinada apenas para o público infantil, é um filme para todas as idades. O filme faz os pais refletirem sobre como devem passar mais tempo com seus filhos. Tem uma trilha sonora impecável, com canções lindas.
Assim, esse filme é divertido, muito bem feito e vencedor de vários prêmios, incluindo Óscar e Globo de Ouro. Mary Poppins, que vimos em uma das aulas da disciplina eletiva de Cinema, no primeiro semestre de 2017, nos convida a embarcar em uma fantástica aventura repleta de humor e fantasia.
(Maria Glaucia Araújo e Silva e Maria Eduarda Batista Rolim)

CENTRAL DO BRASIL
  
Centra do Brasil é dirigido por Walter Salles e é considerado uma verdadeira obra-prima do cinema nacional. O sucesso do filme se deu tanto nacional quanto internacionalmente – não podemos esquecer que foi indicado para o Globo de Ouro e para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, além de receber indicação de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro.
            A história começa na estação de trem do Rio de Janeiro em que Dora (Fernanda Montenegro), professora aposentada, escreve cartas para pessoas não alfabetizadas. Uma das clientes, Ana Fontenele (Soia Lira), que estava ao lado do filho Josué (Vinícius de Oliveira), queria comunicar-se com Jesus, seu ex-marido que morava em Bom Jesus do Norte.
            Quando chegava em casa, Dora e sua vizinha Irene (Marília Pêra) liam as cartas das pessoas e as jogavam fora. Certo dia, Ana reaparece na estação e pede a Dora para rasgar a antiga carta e mandar outra. Na volta para casa, Ana sofre um acidente.
            O enredo se desenrola a partir daí, pois com a morte da mãe, Josué fica abandonado na estação e Dora, comovida com a situação do menino, termina por querer ajudá-lo a encontrar seu pai.
            O drama bem elaborado, com interpretações de um elenco magnífico, traz mais interesse para o espectador, tanto o jovem quanto adulto. As cores em destaque no filme são mortas, apagadas, o que representa uma tentativa de aproximar o visual da crueza do espaço social em que as personagens transitam.
(Maria Eduarda Mendes)

TEORIAS DO AMOR EM
“500 DIAS COM ELA”

“500 days of Summer”, em inglês, é uma comédia romântica/drama dirigido por Marc Webb, em 2009. O enredo desse filme lhe conferiu a 10ª posição entre os melhores filmes do ano pela National Board of Review Awards, além de outras indicações a prêmios importantes, dos quais foi vencedor inclusive na categoria: “Melhor Roteiro Original”, pela Southeastern Film Critics Association.
O filme é construído a partir de uma narrativa não-linear que apresenta, através do ponto de vista de seu protagonista Tom Hansen, interpretado por Joseph Gordon Levitt, os 500 dias de seu relacionamento com Summer (Zooey Deschanel). Seu roteiro criativo e inteligente é,  até hoje, alvo de diferentes interpretações entre fãs, críticos e admiradores da sétima arte.
Tom, protagonista da trama, cresceu acreditando que não seria feliz até que conhecesse “a garota certa’’. Summer, por sua vez, não compartilhava desta crença, afirmando desde o início sua preferência por viver sozinha, e a repulsa pela ideia de pertencer a alguém de alguma forma.
O clímax do filme acontece durante os tristes vislumbres de Tom a respeito da inesperada atitude de Summer de pôr um fim no relacionamento não rotulado que mantinham até então. A realidade com que são retratadas as desilusões na trama e a fuga da romantização, incomum nesse tipo de gênero cinematográfico, podem ser destacadas como pontos positivos desta produção.
O competente trabalho de fotografia, enfatizando as cenas mais dramáticas do filme com cores frias e a iluminação mais baixa, aliado à interpretação entregue de Joseph (Tom) e Zooey (Summer), rendeu o resultado incrível que transporta o espectador para mais próximo das emoções vividas pelos personagens.
Por fim, a trilha sonora produz a harmonia perfeita da narrativa, sendo um importante elemento de composição da trama considerada um dos mais bem sucedidos “hits” do ano em 2009.
(Pietra Pinheiro)

DONNIE DARKO
E O COELHO GIGANTE


Donnie Darko é um filme com roteiro criativo e imprevisível que, apesar de fictício, remete a conceitos da Física e Psicologia. Produzido em 2001, com roteiro e direção de Richard Kelly, e direção de fotografia de Steven Poster, conta com uma incrível trilha sonora composta por clássicos dos anos 80.
A trama se passa nos anos 1980 e acompanha a vida de um garoto esquizofrênico chamado Donnie Darko (Jake Gyllenhaal). Certa noite, Donnie é atraído por um homem que diz se chamar Frank (James Duval) usando uma fantasia de coelho amedrontadora. Frank diz a Donnie que o mundo irá acabar em exatamente 28 dias, 06 horas, 42 minutos e 12 segundos. Após esse encontro, Donnie acorda em meio a um campo de golfe sem saber como foi parar ali (o que é bem comum para o garoto que sofre de sonambulismo). Ao chegar em casa, ele se depara com uma grande movimentação, pois uma turbina de avião caíra em cima do seu quarto – Frank havia salvado sua vida.
A partir daí, a trama ganha fôlego. Frank induz Donnie a cometer alguns crimes, mas não sem razão, todos com relevância e acabam mudando o rumo da história. Isto se dá até que um dia Donnie ganha, de seu professor de Física (Noah Wyle), o livro: “A filosofia da viagem no tempo”, escrito por Roberta Sparrow/Vovó Morte (Patience Cleveland). Donnie começa a questionar-se e estudar sobre esses conceitos, tendo algumas alucinações. Tendo lido esse livro, Donnie se sente que tem algo de grande responsabilidade nas mãos. 
Donnie Darko é um dos primeiros Cult Movies do século XXI. Sem o apoio de grandes estúdios, o filme alcançou sucesso por mérito próprio. Mas, mesmo sendo um filme complexo e difícil de entender, Donnie Darko agrada a maioria de seu público alvo, talvez seja justamente por essa dificuldade em entendê-lo que o filme chama tanta atenção.
(Victória Vieira)
O PEQUENO PRÍNCIPE

Algumas pessoas têm resistência a filmes musicais – eu não. Eu gosto muito deles. Agora, imaginemos um musical adaptado de uma das mais populares obras literárias do mundo – não tenho como não gostar!
O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, foi adaptado por Stanley Donen em 1974. Com canções entre divertidas e líricas, como It’s a hat, Be happy e A snake in the grass, encontramos nele excelentes canções. Considero que as atuações merecem elogios, assim como alguns cenários e efeitos especiais. A adaptação também tem seus valores.
O Príncipe que veio do asteroide B-612, e encontrou-se no deserto do Saara com um piloto que sofrera um acidente aéreo, foi uma personagem que me marcou profundamente na infância. Eu me perdia em pensamentos, quando criança, na tentativa de entender o porquê de o Príncipe viver no asteroide sozinho, sem pai nem mãe, e andar naquela pequena morada sem, contudo, cair no espaço para sempre – eu não contava com a astúcia da gravidade, claro. Era tudo tão mágico para mim!
Eu assisti a essa versão de um dos livros que mais li na vida quando já era adulto, no entanto foi como se eu voltasse a viver os sentimentos que eu resguardava em mim quando eu era criança. Foi uma experiência triste, porém gratificante.
O Pequeno Príncipe, de Donen, é um clássico. Vale a pena assisti-lo e reassisti-lo, certamente. Claro que é necessário recorrer à sensibilidade que, por vezes, perdemos quando a vida adulta já nos impõe que o que era mágico agora é absurdo, ilógico e impossível. Nesta perspectiva, cabe retomar a já mil vezes citada frase do livro: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
(Émerson Cardoso)

O MÁGICO DE OZ

Em 1939, Victor Fleming adaptou para o cinema a obra de L. Frank Baum The wizard of Oz (1900) – no Brasil, O mágico de OZ. A protagonista, Dorothy, é levada por um tornado para uma terra mágica e, na tentativa de voltar para seu lar, ela é informada de que precisa encontrar-se com o grande mágico de Oz na Cidade das Esmeraldas, pois somente assim ela poderia realizar seu desejo.   
Em sua jornada, Dorothy encontra-se com personagens que, assim como ela, também têm um desejo a realizar: o espantalho busca um cérebro, o homem de lata busca um coração e o leão covarde busca coragem. Nesta caminhada, somos apresentados à marcante trilha sonora do filme e a acontecimentos que nos instigam a refletir sobre temas diversos e que podem nos comover profundamente. 
Indicado a seis Óscar, esse filme venceu nas categorias Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original. A canção Over the rainbow é considerada uma das mais belas do cinema, e tem sido amplamente revisitada em gravações as mais diversas. Os muitos problemas de produção não afetaram a qualidade desse filme considerado um dos maiores filmes de todos os tempos. De acordo com a Greatest Movie Musicals, do American Film Institute, que em 2006 apresentou uma lista dos 25 maiores filmes musicais, O mágico de Oz ocupa o terceiro lugar da lista.  
 Esse filme é grandioso esteticamente e, sobretudo, pelas reflexões que suscita. Dentre as frases de efeito marcantes, que localizamos em seus diálogos mais que criativos, destacamos a que é dita pelo mágico de Oz ao homem de lata, por ocasião da entrega do coração que este tanto queria: “Um coração não se julga por quanto você ama, mas por quanto você é amado pelos outros”.
(Émerson Cardoso)
DICAS DE FILME:

O JOGO DA IMITAÇÃO

É um filme de 2014, do gênero drama, dirigido por Morten Tyldum. Conta com um elenco que traz Benedict Cumberbatch, Keira Knigtley, Matthew Goode, Charles Dance, Mark Strong, Matteew Beard, Allen Leech, Rory Kinnear, dentre outros. O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando o matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch) e quatro especialistas foram convocados em uma missão secreta para decifrar o código de comunicação dos alemães: o ‘enigma’. Enquanto isto, Alan tem que esconder sua homossexualidade que, na Inglaterra da época, era um crime.
(Letícia Gonçalves)
MARY E MAX: UMA AMIZADE DIFERENTE

Direção de Adam Elliot. Intérpretes: Toni Collete, Philip Seiymour Hoffman, Eric Bana, Barry Humphries. Austrália: 2009. Gênero: Animação / Drama. Baseada numa história real, essa obra apresenta a história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Daisye Dinkle (voz de Toni Collette), uma menina  solitária de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne – Austrália – e Max Horowitz (voz de Philip Seymour Hoffman), um homem de 44 anos, que mora em Nova York – Estados Unidos. Alcançando 20 anos, e dois continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos conflitos da vida e dos limites impostos pela distância.
(Émerson Cardoso)

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