sexta-feira, 6 de outubro de 2017

POEMA PARA A PROFESSORA E SUAS CRIANÇAS EM JANAÚBA


     Para a heroína Heley de Abreu Silva Batista

Para ler obrigatoriamente  ao som 
de "Incêndios" na voz de Amelinha
Língua portuguesa, 
como queria não precisar
de tua sonoridade para sofrer
por algo tão doloroso...

Crianças mortas, professora em chamas,
quantas lágrimas arrefeceriam 
o pranto de tantas mães sem filhos?

Língua portuguesa, 
como queria, austera irmã,
acordar os olhos das crianças
com palavras-água de plena vida!

Mas meu semblante só vislumbra,
na fumaça, da professora a voz
que a muitos tentou salvar.

Émerson Cardoso

06/10/2017




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