segunda-feira, 17 de março de 2014

TEXTO DE OMAR KHÁYYÁT SOBRE AMIZADE



Contenta-te com poucos amigos.
Não busques ampliar a simpatia que alguém te inspirou
Antes de apertares a mão de um homem, considera se ela um dia não se erguerá contra ti.


KHÁYYÁT, Omar. Rubáiyát. Tradução de Octavio de Tarquinio de Sousa. 7. ed. São Paulo: José Olympio, 1948. p. 22

REFLEXÕES (DES) NECESSÁRIAS



Talvez seja um lugar-comum, mas as pessoas, muitas vezes, não erram por querer, erram porque são vítimas de uma insustentável falta de consciência. A falta de consciência atropela mesmo a quem é dada a oportunidade de ser menos ignorante por dispor de conhecimentos teóricos adquiridos em instituições de ensino. 

Já me deparei com pessoas que nunca sentaram numa cadeira de sala de aula, mas que sabiam, com simplicidade, tratar e valorizar ao outro. Por outro lado, conheci – e conheço – pessoas que estudaram (e estudam muito) e são intratáveis, esnobes, prepotentes, hipócritas, egocêntricas, mentirosas, maldosas, amargas, cínicas, medíocres, levianas e incapazes de uma mão estendida para o outro. E isto, mais que grave, é lamentável.

O correto, creio, é que todas as pessoas deveriam ser capazes de refletir sobre seus atos e nunca deixar que o egocentrismo proporcionasse desrespeito à condição do outro.

Eu disse que as pessoas são vítimas da falta de consciência. De fato. Consciência para mim, neste caso, corresponde à capacidade de julgar ações realizadas, ou as ações a serem realizadas para que, por meio delas, não se destrua a vida do outro, nem haja abertura para a destruição da própria vida advinda da culpa, do medo e do isolacionismo.

O problema é que as pessoas se apoiam em gestos humanos ou desumanos para sobreviver na selva em que a existência foi atirada. E não sei até que ponto devemos julgá-las, pois quem consegue ser benévolo ou malévolo para sempre? Esta visão maniqueísta não me parece uma discussão produtiva. 

Ao ser humano tudo é possível quando este se vê ameaçado, ultrajado e preterido. Porque, do meu ponto de vista, o que dói no mundo é a necessidade de comunicação que é tolhida por uma série de falhas humanas: o preconceito, a discriminação, o racismo, o fanatismo religioso, a incompreensão, a autossuficiência... Para fugir disto, muitas vezes, o ser humano agride, fere, causa mal-estar e angústia.   

Para não cair, algumas pessoas se apoiam em gestos absurdos. A negação da palavra, o rancor, o isolacionismo, a indiferença, a mentira, a deslealdade, o ódio, a vingança são muletas usadas frequentemente pelo ser humano para sobreviver.   

Mas será que tudo pode ser usado com a desculpa de que, se agimos mal, foi porque queríamos sobreviver? Será que não devemos refletir sobre tais ações? 

A verdade é que ninguém está isento de errar. No entanto, às vezes, à condição humana é dada a oportunidade de corrigir os erros. O problema é: para corrigir tais erros, faz-se necessário que o indivíduo reflita sobre sua condição humana falível e, conscientemente, busque moldar sua conduta para novas ações menos errôneas. Eis o desafio diário: tentar errar menos.

Como ser humano que somos, devemos cuidar dos gestos, das palavras, das interpretações para que, assim, não soframos e não façamos outras pessoas sofrer.

O que escrevo não tem nada a ver com o que chamam de autoajuda. E não é porque, dentre outros fatores, não tenho a intenção de que as pessoas se autoajudem por meio do que escrevi. Quero é mudar a mim mesmo, tornar-me capaz de tolerar os outros sem vê-los meramente como seres humanos falíveis e medíocres. Em verdade, eu quero olhar para mim mesmo e lembrar-me de que escrevi esta pieguice com a intenção de inserir-me no clã dos humanos capacitados às mais obsoletas práticas de erro e mediocridade.

Tudo o que usamos como subterfúgio é amparado pela necessidade de empreender uma fuga da realidade – realidade por vezes insustentável e que precisa ser ressiginificada. 

A comunicação por meio de olhares, risos, calor humano, palavras de aconselhamento, ou mesmo críticas amparadas pela lealdade e pelo bom senso com que são proferidas, é o que mais o ser humano deseja para si. Viemos ao mundo sem que pudéssemos escolher – nele estamos e, para que haja sentido, precisamos entender que a consciência sobre si e sobre o outro é o que pode nos salvar, pois quando nos comunicamos com os outros nos sentimos parte de um todo que supre, mesmo que temporariamente, o vazio em que nos encontramos quando não conseguimos nos comunicar nem com o outro, nem com o que há de mais íntimo em nós mesmos.       

TEXTO DE: ÉMERSON CARDOSO
17.03.12

CRÔNICA: OBVIEDADES SOBRE UMA CIDADE, UM ESTADO, UM PAÍS...

Juazeiro do Norte - CE

Sobre minha cidade, meu estado, meu país falarei o que me vier à mente. Portanto, certo de que tenho visões pouco animadoras sobre tudo, não espere palavras apologéticas.  

Nascido e criado em Juazeiro do Norte, terra de valor histórico incomensurável, terra de Maria de Araújo – a santa sem sepulcro –, acompanho com olhar mais crítico a administração de minha cidade apenas há alguns anos. A “lucidez” só nos vem com certa idade – falo por mim e por alguns, apenas, porque gente há que sequer tal “lucidez” foi capaz de fazê-la acordar.  

Esgoto a céu aberto na maior parte das ruas, terrenos baldios que funcionam como lixões, bairros que necessitam de obras de drenagem, bairros – maior parte da cidade – que não têm saneamento, praças carcomidas e desmatadas e sujas, ausência de lixeiro em quase todos os espaços de maior movimentação, falta d’água diária em alguns bairros – sobretudo em época de romaria –, centro da cidade desestruturado e vitimado por poluição sonora e visual, impostos gritantes e abusivos pouco revertidos em melhoria para a população, decadência de escolas, defasagem dos vencimentos do funcionalismo público, desrespeito explícito contra os visitantes que vêm para a cidade em época de romaria, desrespeito diário aos moradores da cidade que vivem à mercê da própria sorte ante a crescente violência, ruas com péssimas camadas de asfaltos, cultura pouco valorizada, o universo artístico pouco incentivado, em decorrência da chuva um mundo de enchentes e ampliação ou abertura de novos buracos, deficiência mordaz e vergonhosa da saúde, assaltos, assassinatos, transporte público indigno, desestrutura total e absoluta e absurda do trânsito, vereadores em sua maioria omissos, prefeitos – desde que eu nasci – absolutamente negligentes e apáticos à causa do povo e tirânicos e opressores e frágeis de caráter e sem inteligência e pútridos em suas condutas (des) administrativas...

 Nascido e criado no estado do Ceará, terra de grandes literatos e pensadores e artistas a quem eu presto minha mais fidedigna homenagem, somente após tornar-me funcionário público do estado – perdoem-me por ter deitado no “berço esplêndido” da ignorância por tanto tempo! – pude entender com que grau de indignidade este trata os seus.

Esgoto a céu aberto em várias ruas de vários municípios, terrenos baldios que funcionam como lixões, cidades que necessitam de obras de drenagem, cidades – maior parte do estado – que não têm saneamento, obras públicas inconclusas, valores culturais em esquecimento, o universo artístico desassistido, áreas de preservação desmatadas e sujas, falta d’água diária em várias cidades – sobretudo em épocas de estiagem –, cidades maiores desestruturadas e vitimadas por poluição sonora e visual, impostos gritantes e abusivos pouco revertidos em melhoria para a população, decadência de escolas e hipocrisia personificada em números fajutos e demagogia que outorga a criação de projetos copiados de outros países e que não se aplicam à realidade-pouco-animadora-local, ódio severo contra o funcionalismo público, desrespeito explícito contra a condição do professor, desrespeito diário contra os moradores de todas as cidades que vivem à mercê da própria sorte ante a crescente violência, desrespeito aos turistas que se iludem pensando que é possível ter momentos de lazer e deparam-se com a sujeira e os recorrentes furtos e os preços exorbitantes das cidades turísticas, ruas com péssimas camadas de asfaltos, em decorrência da chuva um mundo de enchentes e ampliação ou abertura de novos buracos, deficiência mordaz e vergonhosa da saúde, assaltos, assassinatos, transporte público indigno, desestrutura total e absoluta e absurda do trânsito, shows de “celebridades” – amparadas  pela medíocre mídia – pagos com o dinheiro público, deputados em sua maioria omissos, governadores – desde que eu nasci – absolutamente negligentes e apáticos e tirânicos e opressores e medíocres e estúpidos e frágeis de caráter e sem inteligência e pútridos em suas condutas (des) administrativas.

Nascido e criado no Brasil, sobre esta terra – de grandes artistas, pensadores e literatos, que merecem reverência e admiração – prefiro não comentar muito, para repetitivo não ser. Basta, sobre esse país, dizer que ele foi colonizado para fins de exploração, que nele houve um regime escravocrata, que nele houve – dentre outros vergonhosos motes políticos – uma ditadura militar e que, sempre que tentam sobre ele falar, assomam o futebol e o carnaval como seus símbolos por excelência. Não sou contra futebol nem carnaval – até reconheço seus valores –, mas dizer que o Brasil restringe-se a estes elementos é uma injúria contra tantos outros valores a serem considerados, porque por aqui tivemos grandes personalidades dignas de serem lembradas.  

A propósito de minhas críticas contra o Brasil, um ser humano que sequer mereceria o ar atmosférico respirar, disse-me que se eu não gostava do Brasil eu deveria sair dele. O ser dado a vilanias retomou, na segunda década do século XXI, desavisadamente, a legenda: “Ame-o, ou deixe-o!” E eu, que vermelho fiquei, esperei para dar uma resposta à pessoa desalmada em outra ocasião de menor fúria... 

Sobre a minha cidade, o meu estado e o meu país, lamentavelmente, é tudo o que eu quero dizer no momento...
Texto de: Émerson Cardoso
16/04/14


FOLHETO: "A BEATA LUZIA VAI À GUERRA..."


Franco Rabelo “maldito”
Com sua tamanha ambição
Tirou dos Acióli o mito
Da mais alta posição
Quis ser o governador
E seu nome sustentou
Rugindo como um leão.

Mas um problema havia
Na cidade de Juazeiro
Pois quem governar iria
No lugar do tal Rabelo
Era o firme governante
Padim Ciço bom amante
Do sertão e do romeiro.

O governo agora estava
Com seus dois governadores
Franco Rabelo gritava
Com muita raiva e temores:
“Do caminh’eu vou tirar
O tal santo vou matar
E também seus seguidores.”

Da capital se mandou
Tropa de soldado ruim
Foi então que ele pensou:
“De Juazeiro vou dar fim!”
A guerra se preparava
Todo mundo lamentava:
“O que vai ser do Padim?”

Quando a guerra aconteceu
Tirando a paz de Juazeiro
Padim Ciço se benzeu
Protegido por romeiro
Era homem e mulher
Todo mundo tinha a fé
Pra salvar o milagreiro.

E foi nessa estripulia
Que surgiu uma figura
Tinha por nome Luzia
De alma santa e candura
Uma beata valente
Forte como pouca gente
Era bonita, era pura.

Luzia de Deus um soldado
Com um bando de Beata
De vestido maltratado
Gritava: “Por Deus, combata!”
A guerra crescia, crescia
Com a muita valentia
De romeiros e beatas.

A arma do Juazeiro
Eram a fé e oração
A tropa do tal Rabelo
Carregava até canhão
Mas o medo não havia
Na cidade se dizia:
“Franco Rabelo é do cão!”

Foi durante o vil combate
Que a sangue e fogo ocorria
Que se deu o disparate
No coração de Luzia
Um musculoso soldado
De fardamento trajado
Que pra ela um riso ria.

Não conseguia entender
Aquele soldado ruim
Tentou correr pra não ver
O inimigo do Padim
Entre fogo aberto ia
Pra fugir da covardia
Do riso do cabra enfim.

Mas o soldado bisonho
Correu atrás da Beata
Disse num grito medonho:
“Tão bonita em guerra ingrata!”
Segurou com rapidez
Como quem pega de vez
Animal que se arrebata.

A Beata pesarosa
Enquanto a guerra crescia
Fechou o rosto, raivosa,
Nada na vida temia
Muito menos um soldado
 Com as feições de safado
Um rancor nela surgia.

Carregou, bem apressado,
Para longe do conflito
A Beata do sagrado
Com o coração aflito
Como pôde conhecer
Numa guerra uma mulher
De semblante tão bonito?

Distante da guerra forte
O soldado cessou passo
Olhou com furor de morte
E falou com embaraço:
“Que beleza tem você!
Como posso conceber
Você nesse descompasso!”

A Beata agoniada
Com o homem junto a si
Sentiu-se desesperada
Pensou em correr, fugir
Quando escutou a desdita
Do soldado rabelista
Sentiu o sangue sumir.

O soldado indolente
À Beata se agarrou
E deu-lhe um beijo indecente
E depressa se formou
Uma raiva angustiante
Que se firmou no semblante
Luzia, assim, se afastou.

O vestido acinzentado
Que servia de prisão
Foi para longe atirado
Subiu poeira no chão
A Beata se despiu
Quando o soldado lhe viu
Pensava ser ilusão.

O soldado atordoado
Nervoso e co’afobação
Com olhos arregalados
Quase louco de paixão
Tocou o corpo sereno
Sem perceber o veneno
Que chegou na conclusão.

Quando Luzia percebeu
O soldado rabelista
Que sujo do chão se ergueu
Um animal narcisista
Pegou dentro do cabelo
Um punhal que no Rabelo
Enfiou sem dar na vista.

O soldado desalmado
Caído se viu no chão
Um sangueiro desgraçado
Fugiu do seu coração
A Beata vitoriosa
Vestiu-se mais corajosa
E voltou à confusão.

Mas a guerra terminava
Quando chegou ao local
Do conflito o que restava
Luta do bem contra o mal
Foi toda benevolência
A santidade e inocência
Restou a paz divinal.

A cidade do Padim
Iluminada brilhou
A guerra chegou ao fim
Juazeiro se salvou
Todo o povo se sentiu
Como quem se revestiu
Da vida que começou.

Luzia guerreira mais forte
Foi uma mulher fiel
Fugiu da possível morte
Com os auxílios dos céus
Por Juazeiro se arriscou
A vida a Deus consagrou
E fugiu dos escarcéus.

Cícero Émerson do Nascimento Cardoso
(22/10/05 – 05/10 /11)






LEITURA: A FORÇA POÉTICA DA MULHER NUM PUNHADO DE POESIA






*
Um amigo quebrou o galho do outro.
Este só então parou para pensar,
Que havia acabado de perder
Uma ótima oportunidade
De construir um balanço.
(Ana Luiza Crispim) 

*
Cuidado comigo!
Eu já amei
(Ravena Monte) 

*
Se der na veneta eu vou
Se der na veneta eu ligo
Se der na veneta eu falo
Se der na veneta eu choro
Se der na veneta eu olho
Se der na veneta eu dou
Se der na veneta eu escrevo
Talvez eu escreva
Se der na veneta eu vou pra Veneza
(Ravena Monte) 


AGONIA

As palavras são adagas afiadas
Que laceram a minha garganta muda
A esperança morre aos poucos e eu
estou cada vez mais viva
(Sidda Abraxas)


*
Viagem
De ventania
Me faço ventania
Enroladilha em teus lábios
Pra soprar estrelas
No céu da tua boca
(Jô Andrade)




*
Se eu sou bi
E daí?
Zagallo é tetra
Naquela idade
E ninguém tem nada contra
(Salete Maria)



*
Minha vida é um livro aberto
Mas não leve tão ao pé da letra
Não gaste seu latim com eufemismos
Meta fora
Meto nímias
Meta língua
Chame nome
Rasgue o verbo
Somos todos
Figuras de linguagem 
(Cláudia Rejanne) 





quem é este homem que passa
de chuva nos olhos e virilidade nos ombros?
acompanho-o com os olhos
até que não o posso mais tocar
com meus olhos que costumam medir volumes a distância
 (Flora D.)





*
Atenção
O único local, para se manter a salvo de um beijo roubado, é no desencontro.
(Ana Luiza Crispim) 



*
Pra não dizer que não se diz
A alma poética se entrega
No mundo só é feliz
Quem afirma o que nega
Nesse paradoxo me imprimo
Me revelo em um erro pronominal
E sempre rimo
O bem com o mal
(Ildevânia Félix)


PARNASIANISMO - UM RESUMO

O Parnasianismo é a expressão do realismo no plano da poesia, com uma produção objetiva, direta, que nomeia os objetos e seres sem exageros sentimentais. Assim, muitas das características realistas são aplicáveis ao Parnasianismo. 

O movimento parnasiano iniciou-se em 1882, com a publicação das Fanfarras, de Teófilo Dias, e prolongou-se até aproximadamente 1922, quando recebeu severas críticas modernistas. O nome Parnasianismo tem sua origem no Parnasse Contemporain, uma antologia de escritos de diversos poetas franceses que reagiam contra as tendências românticas, organizadas por Lemerre, em 1866. 

Parnaso era o nome de  um monte grego, dedicado na Antiguidade às Musas e ao deus Apolo. De acordo com a mitologia, nesse lugar havia a fonte Castália, cujas águas inspiravam os poetas. O vocábulo parnaso também foi utilizado com o sentido de "grupo de poetas", "antologia" e até mesmo de "poesia". 

Nessa época, os autores estavam preocupados em tematizar a arte em seus poemas, "a arte pela arte", e distanciavam-se completamente dos problemas sociais vigentes no país. 

No Brasil, os principais autores são:

OLAVO BILAC: Escreveu Poesias (1888), Poesias Infantis (1904) e Tarde (1919). Foi hábil no manejo da métrica e dos versos, construindo poemas de rara perfeição formal, porém superficiais do ponto de vista conteudístico.   

RAIMUNDO CORREIA: demonstrava busca angustiada pela transcendência e espírito romântico. Apesar disso, é classificado com parnasiano por seu apuro formal. Escreveu: Primeiros sonhos (1879), Sinfonias (1883) e Versos e Versões (1887). 

ALBERTO DE OLIVEIRA: Iniciou sua produção como romântico, depois passou a dedicar-se ao ideal parnasiano da "arte pela arte" e a enquadrar-se na rigidez métrica que a escola literária exigia. Escreveu: Canções Românticas (1978), Meridionais (1884) e Sonetos e Poemas (1885). 

FRANCISCA JÚLIA: Fiel seguidora dos rígidos ideais parnasianos, escreveu: Mármores (1895) e Esfinges (1903). 

Francisca Júlia