Da beleza que era dela,
meu Senhor, o que sobrou?
Só despedida tristonha,
porque a morte veio cedo.
O domingo no vestido,
meu Senhor, se acabou.
Tempo é festa de não-mais
engolindo mãos e dedos.
Onde o riso de batom,
Deus do Céu, onde o olhar?
Traz rosário no pescoço,
ou colar de sonho aflito?
Os cabelos são tão presos,
Deus do Céu, querem voar?
Na voz longe da memória
vem silêncio em quantos gritos?
Preto e branco, vento e força,
meu Senhor, é sagitário?
Sobrancelhas comportadas
em lunar revelação.
Moça altiva sempre intensa,
Deus do Céu, belo retrato:
que me invade matriarca
com vestido e solidão.
Émerson Cardoso
Novembro de 2021
Belíssimo poema
ResponderExcluirMuita linda uma história muito bonita fica só as lembranças da minha querida avó.
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