Noite, o que tens para mim?
Umedecidas gavetas
Com traças que não respeitam
Meu olhar nelas oculto?
O que tens para mim, noite,
Piscina de prego e farpa
Com vinagre ornamentada,
Ou mar de cacos de vidro?
Para mim, noite, o que tens:
Coração fanado à unha,
Espectros de vis batalhas?
Tens lodo sepulcral, noite,
Silêncio de faca e sombra,
Tesoura de mil mortalhas?
CARDOSO, Cícero Émerson do Nascimento. Paisagem Pós-Crepúsculo. In: XX Prêmio Ideal Clube de Literatura: Prêmio José Telles. Organização e introdução de Carlos Augusto Viana. Fortaleza: Tiprogresso, 2018. p. 29.
Me orgulho em dizer que este é meu professor:)
ResponderExcluirValeu! Fico grato pela gentileza!
ExcluirLindo poema, Emerson! Como sempre, instigante e profundo! Mistérios e tristezas sobre a vida humana emergem nesse belo diálogo com a noite.
ResponderExcluirParavPar!
Obrigado pela força que sempre me dá! Valeu mesmo!
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