domingo, 2 de maio de 2021

BOBAGENS DE BOBAGENS, TUDO É BOBAGEM!



Tenho pensado tanto em minha tendência à escrita. Professor eu sei que sou. Pesquisador também. Escritor, no entanto, não sei. Escrever por liberdade é mais tranquilo, porque o termo "escritor" atribui peso incalculável a quem escreve. Até queria ser um escritor, um grande escritor, mas... Escrever por si só é o meu objetivo sem qualquer necessidade de definição. 

O que me impele à escrita é força que não defino. Talvez o vazio que sempre resguardo, ou mesmo o medo que me impele ao silêncio. Acontece que escrever é urgência que não contenho. Há sempre palavra ou frase gritando em mim. 

Agora, quando o mundo perde tantas almas em decorrência da pandemia, o que me sustém é a escrita, com sua força de me salvar por dar espaço à expurgação. 

Há tantos gritos que preciso transformar em texto. Há tanta raiva que melhor procede na produção de um parágrafo. Há tanto horror diante da vida que não me destrói porque a escrita exerce sobre mim alguma luz. 

Agora, quando o mundo parece sem grandes possibilidades de transformação feliz, eu me dispo de meus arroubos e atiro letras para que a vida tenha algum sentido. Não, não sei de mim o que fazer. Tenho incertezas que arrancam minha pele e expõem meus ossos. Tenho caído tanto pelas estradas petrificadas da existência. 

Escrever ainda me vale! 

Émerson Cardoso

02/05/2021

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