Algumas
pessoas têm resistência a filmes musicais – eu não. Eu gosto muito deles.
Agora, imaginemos um musical adaptado de uma das mais populares obras
literárias do mundo – não tenho como não gostar!
O Pequeno
Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, foi adaptado por
Stanley Donen em 1974. Com canções entre divertidas e líricas, como It’s a hat, Be happy e A snake in the
grass, encontramos nele excelentes canções. Considero que as atuações
merecem elogios, assim como alguns cenários e efeitos especiais. A adaptação
também tem seus valores.
O Príncipe que veio do asteroide B-612, e encontrou-se
no deserto do Saara com um piloto que sofrera um acidente aéreo, foi uma
personagem que me marcou profundamente na infância. Eu me perdia em
pensamentos, quando criança, na tentativa de entender o porquê de o Príncipe
viver no asteroide sozinho, sem pai nem mãe, e andar naquela pequena morada
sem, contudo, cair no espaço para sempre – eu não contava com a astúcia da
gravidade, claro. Era tudo tão mágico para mim!
Eu assisti a essa versão de um dos livros que mais
li na vida quando já era adulto, no entanto foi como se eu voltasse a viver os
sentimentos que eu resguardava em mim quando eu era criança. Foi uma experiência
triste, porém gratificante.
O Pequeno
Príncipe, de Donen, é um clássico. Vale a pena assisti-lo e
reassisti-lo, certamente. Claro que é necessário recorrer à sensibilidade que,
por vezes, perdemos quando a vida adulta já nos impõe que o que era mágico
agora é absurdo, ilógico e impossível. Nesta perspectiva, cabe retomar a já mil
vezes citada frase do livro: “Só se vê bem com o coração. O essencial é
invisível aos olhos”.
CARDOSO,
Cícero Émerson do Nascimento. Resenha: “O Pequeno Príncipe”, de Stanley Donen. Sétima Revista de Cinema, n. 39, p. 09,
jan. 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário