Qualquer
definição de música passa pela noção de tempo. A música só existe em
“movimento pelo tempo”, e sua matéria-prima são os sons. Um som só existe em
relação ao silêncio. Daí chegamos à definição de que música é uma organização
de sons e silêncios no tempo. Para criar uma sequência de sons, precisamos dos
silêncios, e assim nasce o ritmo.
SONS E MELODIA
O som tem alturas diferentes:
graves, como, por exemplo, uma buzina de navio; médios, como uma pessoa
falando; e agudos, como o canto de um passarinho. Com as diferentes alturas do
som criamos a melodia. Com melodia e ritmo temos a base de uma música.
CARACTERÍSTICA DO SOM
Duração: quanto tempo dura um som, se é longo ou curto, de demora
para acabar ou acontece muito rápido;
Intensidade: o mesmo que volume, indica se o som é “alto” ou
“baixo”.
Altura: grave/agudo, o som “grosso” e o “fino”, as
frequências, o espectro auditivo.
Timbre: “a cor” ou a “personalidade” do som, o que nos faz
distinguir os diferentes instrumentos e vozes.
COMPONENTES DA MÚSICA
Ritmo: é a pulsação e também o tempo em que as coisas
acontecem numa música.
Harmonia: é o acompanhamento da melodia por algum instrumento
ou outras melodias paralelas que venham a completar ou se contrapor à melodia
principal.
Melodia: é qualquer sequência de notas musicais organizada.
Temos em geral numa música uma melodia principal e outras secundárias.
PRÁTICAS EDUCACIONAIS
1.
Musicalização
2.
Percepção
auditiva
3.
Teoria
musical
4.
História
da música
5.
Prática
vocal
6.
Prática
instrumental
7.
Composição
e Regência
A música tradicionalmente dita
como "culta" e, no geral, mais elaborada. É erroneamente conhecida
como "música clássica", pois a música clássica real é a música produzida
levando em conta os padrões do período musical conhecido como Classicismo.
Alguns consideram que seja uma forma de música superior a todas as outras e que
seja a real arte musical. Porém, deve ser lembrado que mesmo os compositores
eruditos várias vezes utilizaram melodias folclóricas como um elemento
importante de suas músicas (como Villa-Lobos). Os gêneros eruditos são
divididos sobretudo de acordo com os períodos em que foram compostos, ou pelas
características predominantes.
Música associada a movimentos
culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a urbanização e
industrialização da tornou-se o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta
atualmente como a música do cotidiano, tocada em shows e festas, usada para dança
e sociabilização. Segue tendências e modismos e, muitas vezes, é associada a
valores puramente comerciais. Ao longo do tempo, incorporou diversas tendências
vanguardistas e incluiu estilos de grande sofisticação. É um tipo musical
frequentemente associado a elementos extra-musicais, como textos (letra de
canção), padrões de comportamento e ideologias. É subdividida em incontáveis
gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais
predominantes e o comportamento do grupo que a pratica ou ouve.
Música folclórica ou
nacionalista, está associada a fortes elementos culturais de um grupo social.
Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente é associada a
festas folclóricas ou rituais específicos de uma comunidade. Pode ser funcional
(como canções de plantio e colheita, ou a música das rendeiras e lavadeiras).
Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas ou séculos.
Incluem-se neste gênero as cantigas de roda e de ninar.
Utilizada em liturgias (como
missas e funerais) pode ser usada também para ocasiões de adoração e momentos
de oração. Cada religião possui formas específicas de música. Como exemplo,
temos: a música sacra católica, a música gospel das igrejas evangélicas, a
música judaica, os tambores do candomblé e de outros cultos africanos e o canto
do muezim, no Islamismo.
• Músico
• Intérprete
• Cantor
• Instrumentista
• Compositor
• Arranjador
• Maestro
• Produtor musical
• Professor
• Musicólogo
• Luthier
O QUE É MUSICOLOGIA?
Musicologia é
o estudo científico ou mesmo a ciência da música. Considera-se musicologia
a atividade do musicólogo enquanto ofício do pesquisador em música,
diferenciando-se das outras duas grandes áreas da música: a invenção (ofício do
compositor) e a interpretação/performance (ofício do instrumentista, cantor ou
regente).
É possível que o primeiro a desenvolver atividades
que hoje podemos entender como musicológicas tenha sido Aristóxono de
Tarento (século IV a. C.). Segundo Aristóxono, em seus Elementos da
Harmonia, a música é ao mesmo tempo arte e ciência. A musicologia estuda as
amplas perspectivas históricas, antropológicas e estético-poéticas da música,
abrangendo tanto questões técnico-operativas como filosóficas da música.
Também fazem
parte da tarefa musicológica a notação em suas relações evidentes com
a percepção musical, a organologia ou estudo dos instrumentos musicais e a
fisiologia aplicada à técnica dos instrumentos e seu desenvolvimento, métodos
didáticos, acústica e, por fim, toda possibilidade de teoria musical
e suas várias disciplinas, tais como harmonia, contraponto, linguagem e
estruturação, incluindo-se as referências internas dos parâmetros musicais
(altura, duração, intensidade e timbre).
O musicólogo também analisa as questões musicais
tendo-se em vista as referências externas à música. Assim, para se entender os
complexos desdobramentos da atividade musical é necessário também abordar suas
incontornáveis implicações sociais e ideológicas.
LENDO UM POUCO SOBRE MÚSICA...
KEITH, Swanwick. Ensinando
música musicalmente. Trad. de Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo:
Moderna, 2003.
Às vezes a música tem o poder de nos alçar do
ordinário, de elevar nossas experiências além do dia a dia e do lugar comum.
Para muitas pessoas, a música desperta o que tem sido chamado, frequentemente,
de experiências “estéticas”. Mas que espécie de experiências são essas? E como
podem músicos e professores ajudar público e alunos por meio da possibilidade
de tal “perfeição”? [...] A menos que tenhamos uma clara visão da natureza
potencial e do significado da música, é pouco provável que nossa performance e
ensino sigam muito mais adiante. (2003, p. 19)
A estética tende a ser definida por uma
multiplicidade de maneiras, e é muito frequente uma confusão insatisfatória de
conceitos distintos, incluindo o estético, o artístico e o afetivo. Por
exemplo, Bennett Reimer vê o estético, o artístico e o intrínseco como
permutáveis (Reimer 1989, p. 13), enquanto Peter Abbs vê a experiência estética
como aqueles encontros que são altamente memoráveis ou irresistivelmente
afetivos. Se levarmos em conta a visão de que existe uma espécie particular de
experiência chamada de estética, então estaremos, provavelmente, colocando
todas as artes juntas nessa categoria geral. É assim para Peter Abbs, que
defende a ideia de “uma comunidade genérica” das artes. A comunidade estética
possui três características que a distinguem de outras áreas da atividade
humana, segundo Abbs (1994, p. 92):
1.
Todas
as artes “criam formas expressivas de vida”.
2. Todos
os seus significados “dependem sobretudo de suas construções formais e não
podem ser extraídos ou traduzidos sem uma perda significativa.”
3.
Requerem
“não uma resposta crítica, mas uma resposta estética – uma resposta por meio
dos sentimentos, dos sentidos e da imaginação". (2003, p. 19)
GRANDES COMPOSITORES
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) – Compositor alemão nascido em
Eisenach, numa família de músicos, Bach dedicou-se a vida toda a atividades
musicais – como compositor, professor e instrumentista – e é considerado um dos
mais virtuoses do órgão que se conhece e um mestre na arte do contraponto.
Músico de inspiração religiosa e de estilo principalmente barroco, Bach
escreveu músicas, oratórios, cantatas e paixões, música para órgão e cravo –
seus instrumentos favoritos – e música orquestral. (105)
Ludwig van Beethoven (1779 – 1827) – Compositor alemão – talvez o maior
compositor de todos os tempos – cuja obra representa uma espécie de transição
entre os moldes clássicos do século XVIII e o romantismo do século XIX. Sua
obra pode ser subdividida em três fases. Na primeira, desenvolveu várias
músicas semelhantes às de seus antecessores. Na terceira, já completamente
surdo, cria uma música interiorizada, abstrata, quase mística. (p. 113)
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893) – Compositor russo de música
romântica. Seu trabalho assimilou elementos da música ocidental e aspectos da
tradição folclórica russa. Sua obra revela o caráter emotivo, temperamental e
periodicamente depressivo, chegando por vezes a um sentimentalismo melancólico.
Admirada por alguns, desprezada por outros, pode-se dizer que sua obra é
desigual, pois a ela falta uma linha mestra definida. Escreveu sinfonias,
concertos, música instrumental e música de dança – a mais conhecida é o balé “O
Quebra-nozes”. (p. 112)
Igor Feodorovitch Stravinsky (1882 – 1971) – Compositor russo,
posteriormente naturalizado norte-americano, que revolucionou as concepções
musicais do Ocidente. A obra desse pianista, regente e compositor se caracteriza
pela disposição não emocional, arromântica, pela valorização do ritmo como
elemento vital, pela objetividade, pelo emprego de dissonâncias e pela
ampliação das concepções tonais. Escreveu óperas, concertos, sinfonias, músicas
para balé e música instrumental. (p. 111)
Sergei Sergeivitch Prokofiev (1891 – 1953) – Compositor russo muito
versátil e pianista brilhante, cuja obra é marcada pela originalidade e pela
fantasia. Sua música, considerada de vanguarda, caracteriza-se por um lirismo
tipicamente russo, pelo humor satírico e pelo dinamismo exaltado. Existem
controvérsias quanto ao mérito de suas últimas composições, escritas segundo os
ditames da Rússia soviética. Compôs música dramática, orquestral, de câmara,
vocal e para piano. (p. 100)
Wolfgang
Amadeus Mozart (1756 – 1791) foi um prolífico e influente compositor austríaco
do período clássico que mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua
infância. Já competente nos instrumentos de teclado e violino, começou a compor
aos cinco anos de idade. Foi autor de mais de seiscentas obras, muitas delas
referenciais na música sinfônica, concertante, operística coral e pianística.
Frédéric Chopin (1810 – 1848) foi um
compositor polaco radicado na França. Toda sua obra inclui o piano como instrumento
central. Sua música é tecnicamente exigente, mas seu estilo, no geral, enfatiza
mais a dança e a profundidade expressiva do que o virtuosismo técnico. Ele
inovou com novas formas musicais, como a balada, e introduziu significantes
inovações nas formas existentes, como a piano sonata, a valsa, o noturno, o
estudo, o improviso e o prelúdio. Alguns citam suas obras como "os
principais pilares" do Romantismo na música erudita do século XIX.
Antonio Lucio
Vivaldi (1678 – 1741) foi um grande compositor e músico italiano do estilo
Barroco tardio. Era um sacerdote católico e compôs 770 obras, entre as quais
477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da
série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro
Estações").
JEANDOT, Nicole. Explorando
o universo da música. São Paulo: Scipione, 1997.
GRANDES MÚSICOS BRASILEIROS
Vinícius de Moraes,
nascido Marcus Vinicius de Moraes (1913 – 1980) foi um diplomata,
dramaturgo, jornalista, poeta, compositor brasileiro. Poeta essencialmente
lírico, notabilizou-se pela produção de sonetos. Conhecido como um boêmio
inveterado, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se
por nove vezes ao longo de sua vida. No campo musical, Vinicius de Moraes teve
como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto,
Chico Buarque e Carlos Lyra.
Durante a
década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a
Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um
grupo de jovens músicos e compositores da classe média alta do Rio de Janeiro
começou a buscar algo realmente novo, e que fosse capaz de fugir do estilo
operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o
Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso o novo movimento
visava a internacionalização da música brasileira.
Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.
A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.
Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.
A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.
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