quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A GRANDEZA DA MÚSICA


O QUE É MÚSICA?
Qualquer definição de música passa pela noção de tempo. A música só existe em “movimento pelo tempo”, e sua matéria-prima são os sons. Um som só existe em relação ao silêncio. Daí chegamos à definição de que música é uma organização de sons e silêncios no tempo. Para criar uma sequência de sons, precisamos dos silêncios, e assim nasce o ritmo.

SONS E MELODIA
O som tem alturas diferentes: graves, como, por exemplo, uma buzina de navio; médios, como uma pessoa falando; e agudos, como o canto de um passarinho. Com as diferentes alturas do som criamos a melodia. Com melodia e ritmo temos a base de uma música.

CARACTERÍSTICA DO SOM
Duração: quanto tempo dura um som, se é longo ou curto, de demora para acabar ou acontece muito rápido;
Intensidade: o mesmo que volume, indica se o som é “alto” ou “baixo”.
Altura: grave/agudo, o som “grosso” e o “fino”, as frequências, o espectro auditivo.
Timbre: “a cor” ou a “personalidade” do som, o que nos faz distinguir os diferentes instrumentos e vozes.


COMPONENTES DA MÚSICA
Ritmo: é a pulsação e também o tempo em que as coisas acontecem numa música.
Harmonia: é o acompanhamento da melodia por algum instrumento ou outras melodias paralelas que venham a completar ou se contrapor à melodia principal.
Melodia: é qualquer sequência de notas musicais organizada. Temos em geral numa música uma melodia principal e outras secundárias.

PRÁTICAS EDUCACIONAIS

1.      Musicalização
2.      Percepção auditiva
3.      Teoria musical
4.      História da música
5.      Prática vocal
6.      Prática instrumental
7.      Composição e Regência


MÚSICA ERUDITA
A música tradicionalmente dita como "culta" e, no geral, mais elaborada. É erroneamente conhecida como "música clássica", pois a música clássica real é a música produzida levando em conta os padrões do período musical conhecido como Classicismo. Alguns consideram que seja uma forma de música superior a todas as outras e que seja a real arte musical. Porém, deve ser lembrado que mesmo os compositores eruditos várias vezes utilizaram melodias folclóricas como um elemento importante de suas músicas (como Villa-Lobos). Os gêneros eruditos são divididos sobretudo de acordo com os períodos em que foram compostos, ou pelas características predominantes.


MÚSICA POPULAR
Música associada a movimentos culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a urbanização e industrialização da tornou-se o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta atualmente como a música do cotidiano, tocada em shows e festas, usada para dança e sociabilização. Segue tendências e modismos e, muitas vezes, é associada a valores puramente comerciais. Ao longo do tempo, incorporou diversas tendências vanguardistas e incluiu estilos de grande sofisticação. É um tipo musical frequentemente associado a elementos extra-musicais, como textos (letra de canção), padrões de comportamento e ideologias. É subdividida em incontáveis gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais predominantes e o comportamento do grupo que a pratica ou ouve.


MÚSICA FOLCLÓRICA
Música folclórica ou nacionalista, está associada a fortes elementos culturais de um grupo social. Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente é associada a festas folclóricas ou rituais específicos de uma comunidade. Pode ser funcional (como canções de plantio e colheita, ou a música das rendeiras e lavadeiras). Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas ou séculos. Incluem-se neste gênero as cantigas de roda e de ninar. 


MÚSICA RELIGIOSA
Utilizada em liturgias (como missas e funerais) pode ser usada também para ocasiões de adoração e momentos de oração. Cada religião possui formas específicas de música. Como exemplo, temos: a música sacra católica, a música gospel das igrejas evangélicas, a música judaica, os tambores do candomblé e de outros cultos africanos e o canto do muezim, no Islamismo. 



PROFISSÕES
      Músico
      Intérprete
      Cantor
      Instrumentista
      Compositor
      Arranjador
      Maestro
      Produtor musical
      Professor
      Musicólogo
      Luthier

O QUE É MUSICOLOGIA?
Musicologia é o estudo científico ou mesmo a ciência da música. Considera-se musicologia a atividade do musicólogo enquanto ofício do pesquisador em música, diferenciando-se das outras duas grandes áreas da música: a invenção (ofício do compositor) e a interpretação/performance (ofício do instrumentista, cantor ou regente).
É possível que o primeiro a desenvolver atividades que hoje podemos entender como musicológicas tenha sido Aristóxono de Tarento (século IV a. C.). Segundo Aristóxono, em seus Elementos da Harmonia, a música é ao mesmo tempo arte e ciência. A musicologia estuda as amplas perspectivas históricas, antropológicas e estético-poéticas da música, abrangendo tanto questões técnico-operativas como filosóficas da música.
Também fazem parte da tarefa musicológica a notação em suas relações evidentes com a percepção musical, a organologia ou estudo dos instrumentos musicais e a fisiologia aplicada à técnica dos instrumentos e seu desenvolvimento, métodos didáticos, acústica e, por fim, toda possibilidade de teoria musical e suas várias disciplinas, tais como harmonia, contraponto, linguagem e estruturação, incluindo-se as referências internas dos parâmetros musicais (altura, duração, intensidade e timbre).
O musicólogo também analisa as questões musicais tendo-se em vista as referências externas à música. Assim, para se entender os complexos desdobramentos da atividade musical é necessário também abordar suas incontornáveis implicações sociais e ideológicas.

LENDO UM POUCO SOBRE MÚSICA...
KEITH, Swanwick. Ensinando música musicalmente. Trad. de Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003. 
Às vezes a música tem o poder de nos alçar do ordinário, de elevar nossas experiências além do dia a dia e do lugar comum. Para muitas pessoas, a música desperta o que tem sido chamado, frequentemente, de experiências “estéticas”. Mas que espécie de experiências são essas? E como podem músicos e professores ajudar público e alunos por meio da possibilidade de tal “perfeição”? [...] A menos que tenhamos uma clara visão da natureza potencial e do significado da música, é pouco provável que nossa performance e ensino sigam muito mais adiante. (2003, p. 19)
     A estética tende a ser definida por uma multiplicidade de maneiras, e é muito frequente uma confusão insatisfatória de conceitos distintos, incluindo o estético, o artístico e o afetivo. Por exemplo, Bennett Reimer vê o estético, o artístico e o intrínseco como permutáveis (Reimer 1989, p. 13), enquanto Peter Abbs vê a experiência estética como aqueles encontros que são altamente memoráveis ou irresistivelmente afetivos. Se levarmos em conta a visão de que existe uma espécie particular de experiência chamada de estética, então estaremos, provavelmente, colocando todas as artes juntas nessa categoria geral. É assim para Peter Abbs, que defende a ideia de “uma comunidade genérica” das artes. A comunidade estética possui três características que a distinguem de outras áreas da atividade humana, segundo Abbs (1994, p. 92):

1.      Todas as artes “criam formas expressivas de vida”.
2.     Todos os seus significados “dependem sobretudo de suas construções formais e não podem ser extraídos ou traduzidos sem uma perda significativa.”
3.      Requerem “não uma resposta crítica, mas uma resposta estética – uma resposta por meio dos sentimentos, dos sentidos e da imaginação". (2003, p. 19)

GRANDES COMPOSITORES 



BACH
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) – Compositor alemão nascido em Eisenach, numa família de músicos, Bach dedicou-se a vida toda a atividades musicais – como compositor, professor e instrumentista – e é considerado um dos mais virtuoses do órgão que se conhece e um mestre na arte do contraponto. Músico de inspiração religiosa e de estilo principalmente barroco, Bach escreveu músicas, oratórios, cantatas e paixões, música para órgão e cravo – seus instrumentos favoritos – e música orquestral. (105)

BEETHOVEN
Ludwig van Beethoven (1779 – 1827) – Compositor alemão – talvez o maior compositor de todos os tempos – cuja obra representa uma espécie de transição entre os moldes clássicos do século XVIII e o romantismo do século XIX. Sua obra pode ser subdividida em três fases. Na primeira, desenvolveu várias músicas semelhantes às de seus antecessores. Na terceira, já completamente surdo, cria uma música interiorizada, abstrata, quase mística. (p. 113)

TCHAIKOVSKY
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893) – Compositor russo de música romântica. Seu trabalho assimilou elementos da música ocidental e aspectos da tradição folclórica russa. Sua obra revela o caráter emotivo, temperamental e periodicamente depressivo, chegando por vezes a um sentimentalismo melancólico. Admirada por alguns, desprezada por outros, pode-se dizer que sua obra é desigual, pois a ela falta uma linha mestra definida. Escreveu sinfonias, concertos, música instrumental e música de dança – a mais conhecida é o balé “O Quebra-nozes”. (p. 112)

STRAVINSKY
Igor Feodorovitch Stravinsky (1882 – 1971) – Compositor russo, posteriormente naturalizado norte-americano, que revolucionou as concepções musicais do Ocidente. A obra desse pianista, regente e compositor se caracteriza pela disposição não emocional, arromântica, pela valorização do ritmo como elemento vital, pela objetividade, pelo emprego de dissonâncias e pela ampliação das concepções tonais. Escreveu óperas, concertos, sinfonias, músicas para balé e música instrumental. (p. 111)
PROKOFIEV
Sergei Sergeivitch Prokofiev (1891 – 1953) – Compositor russo muito versátil e pianista brilhante, cuja obra é marcada pela originalidade e pela fantasia. Sua música, considerada de vanguarda, caracteriza-se por um lirismo tipicamente russo, pelo humor satírico e pelo dinamismo exaltado. Existem controvérsias quanto ao mérito de suas últimas composições, escritas segundo os ditames da Rússia soviética. Compôs música dramática, orquestral, de câmara, vocal e para piano. (p. 100)
MOZART
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico que mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância. Já competente nos instrumentos de teclado e violino, começou a compor aos cinco anos de idade. Foi autor de mais de seiscentas obras, muitas delas referenciais na música sinfônica, concertante, operística coral e pianística.
CHOPIN
Frédéric Chopin (1810 – 1848) foi um compositor polaco radicado na França. Toda sua obra inclui o piano como instrumento central. Sua música é tecnicamente exigente, mas seu estilo, no geral, enfatiza mais a dança e a profundidade expressiva do que o virtuosismo técnico. Ele inovou com novas formas musicais, como a balada, e introduziu significantes inovações nas formas existentes, como a piano sonata, a valsa, o noturno, o estudo, o improviso e o prelúdio. Alguns citam suas obras como "os principais pilares" do Romantismo na música erudita do século XIX.
VIVALDI
Antonio Lucio Vivaldi (1678 – 1741) foi um grande compositor e músico italiano do estilo Barroco tardio. Era um sacerdote católico e compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações").
JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1997.

GRANDES MÚSICOS BRASILEIROS 

     

José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830)
     

Francisca Edwiges Neves Gonzaga (Chiquinha Gonzaga – 1847 – 1935)
     

Carlos Gomes (1836 – 1896)


Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)

     Alfredo da Rocha Vianna Filho (Pixinguinha – 1898 – 1974)
Luiz Gonzaga do Nascimento (Luiz Gonzaga – 1912 – 1989)
     


Dorival Caymmi (1914 – 19??)
     

Caetano Veloso (1942)
     

Gilberto Gil (1942)

HOMENAGEM A VINICIUS DE MORAES




Vinícius de Moraes, nascido Marcus Vinicius de Moraes (1913 – 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, notabilizou-se pela produção de sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida. No campo musical, Vinicius de Moraes teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.


BOSSA NOVA

Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores da classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo, e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso o novo movimento visava a internacionalização da música brasileira.

Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.

A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.

A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.

Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.


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