"Um verão pastoral", de François Boucher |
MOMENTO SOCIOCULTURAL:
- O CENTRO SOCIOECONÔMICO DA COLÔNIA DESLOCA-SE DO NORDESTE PARA O CENTRO-SUL, DEVIDO À DESCOBERTA DE OURO E DIAMANTES EM MINAS GERAIS;
- OCORRE UM SURTO DE URBANIZAÇÃO EM MINAS E RIO DE JANEIRO (QUE SE TORNA A NOVA CAPITAL DA COLÔNIA) E AUMENTA O NÚMERO DE INTELECTUAIS;
- INFLUENCIADA PELAS IDEIAS ILUMINISTAS E PELA REVOLUÇÃO FRANCESA, OCORRE A INCONFIDÊNCIA MINEIRA, REBELIÃO QUE INTENTAVA A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS:
- O ARCADISMO OPÕE-SE AO BARROCO, PROCURA ELIMINAR DA ARTE OS EXCESSOS PRATICADOS PELA LITERATURA BARROCA. ESSE OBJETIVO PRODUZIU UMA ARTE SIMPLES, SEM EXAGEROS FORMAIS, QUE PRETENDIA RETRATAR A NATUREZA DE MODO DIRETO. OUTRA MARCA DO ARCADISMO É O BUCOLISMO (EXALTAÇÃO DA VIDA NO CAMPO, IDEALIZADA COMO TRANQUILA E FELIZ).
- USOU DA MITOLOGIA CLÁSSICA E DOS PRINCÍPIOS RENASCENTISTAS: RACIONALISMO, EQUILÍBRIO, CLAREZA.
AUTORES E OBRAS:
- CLÁUDIO MANUEL DA COSTA: PARTICIPANTE DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA, PRODUZIU "OBRAS POÉTICAS" (1768) E O ÉPICO "VILA RICA" (1839);
- TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA: OUTRO POETA QUE PARTICIPOU DA INCONFIDÊNCIA, REALIZOU OBRAS MUITO INFLUENTES, COM DESTAQUE PARA "MARÍLIA DE DIRCEU" (1792);
- BASÍLIO DA GAMA: ESCREVEU "O URAGUAI" (1769), POEMA ÉPICO QUE CRITICA OS JESUÍTAS E ENALTECE O MARQUÊS DE POMBAL;
- FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO: ESCREVEU O "CARAMURU" (1781), POEMA ÉPICO QUE SEGUIU A ESTRUTURA DE CAMÕES E QUE CONTA A HISTÓRIA DE DIOGO ÁLVARES DE CORREIA, PIONEIRO NA COLONIZAÇÃO DA BAHIA.
Tomás Antônio Gonzaga |
Basílio da Gama |
Santa Rita Durão |
RESUMO DA OBRA "O URAGUAI", DE BASÍLIO DA GAMA
"A morte de Lindoia" (1882), de José Maria de Medeiros |
O poema de Basílio da Gama trata da expedição do governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade - herói do poema -, que destruiu as missões jesuíticas espanholas do rio Uruguai, rebeladas contra o Tratado de Madri. Esse tratado estabelecia a troca do território espanhol dos Sete Povos das Missões pela colônia portuguesa do Sacramento. O acontecimento central do poema é a Batalha do Caaibaté, em 1756, em que morreram 1500 dos 1700 índios que dela participaram.
O poema exalta o herói português, mas permite a seus inimigos vencidos, os indígenas, a crítica ao processo de colonização. Os vilões da história são os padres jesuítas, personificados de forma caricatural na figura do terrível Padre Balda (alguns autores acusam Basílio de oportunismo: o poema, dedicado ao irmão do Marquês de Pombal, teria sido escrito para afastar as suspeitas de jesuitismo que pesavam sobre o poeta).
Os trechos mais belos e mais interessantes referem-se aos índios. Alguns deles, como na narração da morte de Cacambo, assassinado por Balda, e a do desespero e suicídio de Lindoia, dão um tom lírico ao poema e podem ser classificados como prenúncios românticos em pleno Arcadismo.
Basílio da Gama introduziu uma série de inovações ao modo camoniano, que se impunha à imitação neoclássica. Enquanto no modelo camoniano são percebidos dez cantos, estrofes de oito rimas e um esquema de rimas ABABABCC, em "O Uraguai" Basílio da Gama realiza apenas cinco cantos sem divisão estrófica e versos decassílabos brancos.
A estrutura do poema atende aos seguintes elementos:
1 - Introdução
- Abertura (Canto I, versos 1 a 5);
- Invocação e Proposição (Canto I, versos 6 a 9): Invocando a musa, a voz épica propõe-se a honrar o herói, que subjugou os índios do Uruguai e vingou a afronta dos jesuítas às determinações do rei de Portugal;
- Dedicatória (Canto I, versos 21, ao Canto V, verso 139): O poema é dedicado a Mendonça Furtado, ministro da Marinha e Ultramar, irmão do Marquês de Pombal.
2 - Narração (Canto I, verso 21, ao Canto V, verso 139).
3 - Peroração (Canto V, versos 140 a 150).
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